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Agostinho de Hipona, também conhecido como Santo Agostinho, nasceu em Tagaste, no norte da África (atual Argélia), durante os últimos séculos do Império Romano. Filho de mãe cristã (Santa Mônica) e pai pagão, passou da juventude hedonista e cética à conversão radical ao cristianismo.
Tornou-se bispo de Hipona e é considerado um dos quatro grandes Doutores da Igreja Latina. Sua filosofia está na encruzilhada entre a razão grega e a fé cristã, sendo influenciado por Platão, os neoplatônicos (especialmente Plotino) e pela Bíblia.
Uma das primeiras autobiografias da história da literatura.
Agostinho narra sua juventude, vícios, busca da verdade e conversão.
Mistura introspecção, filosofia e oração.
Uma reflexão profunda sobre o tempo, a memória e o interior da alma.
Escrito após o saque de Roma em 410 pelos godos.
Divide a história em duas cidades:
Cidade de Deus: formada pelos que vivem segundo a fé.
Cidade dos Homens: formada pelos que vivem segundo o ego.
Defende que o cristianismo não é culpado pela queda de Roma.
Um marco da filosofia da história e da teologia política.
Influenciado por Platão e os neoplatônicos.
Cria uma síntese entre razão e fé: “Crê para entender, entende para crer.”
A verdade não está fora, mas dentro da alma, iluminada por Deus.
“A verdade habita no interior do homem.”
O mal não tem substância própria, é ausência de bem.
O homem tem livre-arbítrio, mas tende ao erro sem a graça divina.
O pecado original tornou a vontade humana inclinada ao egoísmo.
O tempo, para Agostinho, não é uma realidade objetiva, mas uma experiência interior:
O presente do passado (memória)
O presente do presente (atenção)
O presente do futuro (expectativa)
O tempo está na alma, não no mundo externo.
A história é o campo de batalha entre duas ordens espirituais.
Nenhuma estrutura política ou social é plenamente justa sem Deus.
A verdadeira pátria do cristão não está neste mundo, mas no eterno.
Foi um defensor da ortodoxia cristã contra heresias como:
Maniqueísmo: dualismo radical entre bem e mal (doutrina que ele mesmo seguiu por anos).
Donatismo: que exigia pureza dos ministros da Igreja.
Pelagianismo: negava o pecado original e a necessidade da graça.
Agostinho é considerado o pai do pensamento cristão ocidental, e sua influência chega a Lutero, Calvino, Descartes e até Nietzsche, ainda que por oposição.
Agostinho representa o grande elo entre o mundo clássico e o cristianismo medieval:
Fundou as bases da filosofia da história, da psicologia introspectiva, da ética cristã e da metafísica do interior.
Abriu caminho para a Escolástica.
Fez da interioridade e da alma o principal palco do drama filosófico e espiritual.
Na jornada proposta por nosso site, Agostinho simboliza o encontro entre o desejo de verdade filosófica e a entrega mística da alma. É o filósofo da inquietude interior, da busca incessante por algo além da razão — um chamado à transcendência que ressoa até hoje.
“Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova… Tu estavas dentro de mim, e eu, fora, Te buscava.”