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Max Horkheimer foi um filósofo e sociólogo alemão, diretor do Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt e mentor da Teoria Crítica, ao lado de nomes como Theodor Adorno, Herbert Marcuse e Erich Fromm. Sua obra está profundamente marcada pelos horrores do século XX — especialmente o fascismo, a guerra e o colapso das promessas da razão iluminista.
Horkheimer acreditava que o pensamento filosófico precisava romper com a neutralidade ideológica da ciência tradicional e assumir uma postura crítica frente às estruturas sociais, políticas e econômicas que geram sofrimento humano.
Ao lado de Adorno, Horkheimer reformulou o papel da filosofia e das ciências sociais com a Teoria Crítica, uma abordagem que visa:
Analisar a sociedade de forma histórica e totalizante;
Combater as formas de dominação ideológica;
Lutar pela emancipação humana e contra a alienação.
Diferente da teoria tradicional (positivista e descritiva), a teoria crítica é dialética, autorreferente e comprometida com a transformação social.
Obra coescrita com Theodor Adorno, é uma das mais impactantes do século XX. Nela, os autores argumentam que a razão iluminista, ao pretender libertar a humanidade da ignorância e do medo, transformou-se em instrumento de opressão.
“O que os homens querem aprender da natureza é como usá-la para dominar completamente a natureza e os homens.”
Essa obra lança uma crítica feroz à modernidade ocidental, mostrando que a barbárie do fascismo e o conformismo das democracias liberais são produtos da razão instrumental, que reduz tudo — inclusive os seres humanos — a objetos de cálculo e controle.
Para Horkheimer, a razão instrumental é a que serve a fins práticos: controlar, administrar, dominar. Ela é dominante nas sociedades capitalistas, onde tudo é mensurado em termos de utilidade, lucro e eficiência.
Já a razão crítica é aquela que questiona os próprios fins, que reflete sobre valores, ética, liberdade e emancipação. A missão da filosofia é restaurar essa forma de racionalidade.
Horkheimer também participou das reflexões sobre a indústria cultural, ao lado de Adorno. Para ele, o entretenimento padronizado e massificado substitui a arte crítica por formas de distração passiva, criando indivíduos conformados e despolitizados.
O sujeito moderno, em vez de emancipado, torna-se cada vez mais alienado, tanto do outro quanto de si mesmo.
Horkheimer denuncia que a ciência positivista, ao se declarar neutra e objetiva, muitas vezes legitima a dominação social. O conhecimento que não se interroga sobre os seus usos serve ao status quo, tornando-se instrumento de legitimação da opressão.
Teoria Tradicional e Teoria Crítica (1937)
Dialética do Esclarecimento (com Adorno, 1947)
Eclipse da Razão (1947)
Crítica da razão instrumental (1953)
Max Horkheimer é uma das vozes mais poderosas contra o otimismo ingênuo da modernidade. Ele mostra que o progresso técnico e científico, quando desconectado da ética e da reflexão crítica, pode levar à catástrofe — como demonstraram Auschwitz, Hiroshima e os totalitarismos.
Sua obra convida a uma filosofia engajada, lúcida, desconfiada, que assume a tarefa de libertar a razão da prisão do utilitarismo.
O pensamento de Horkheimer é indispensável para qualquer projeto que deseje compreender e transformar o mundo contemporâneo. Em uma época marcada por desinformação, manipulação midiática e crescimento do autoritarismo, seus alertas ecoam com urgência.
“A missão da filosofia é manter viva a lembrança do sofrimento.”